terça-feira, 15 de novembro de 2011

UM NORDESTINO ARRETADO



Quando me dei por gente
ampliei minha atenção
às pessoas da família.
Uma, em especial,
no falar, e comer
iguarias que desconhecia:
o padrasto da minha mãe.
Explicou minha avó: ele é “nortista! (1).
A farinheira ao lado,
juntava porções com os dedos
e os levava à boca.
Cozinhava delícias
e, até hoje, degustá-las
é motivo de prazer.
Bolo de massa puba,
doce de batata doce,
compota de jaca mole;
sururu de capote, sarapatel, camarão seco...
Pois que assim conheci o Nordeste:
seus sabores e cabras da peste(2).
 
 (1) Quando era criança, os nordestinos em geral, aqui no Rio, eram nortistas.
(2)  Cabra da peste: homem valente, destemido

©rosangelaSgoldoni
15 11 2011
RL T 3 337 215
revisado em 04 04 2016
Publicado na COLETÂNEA LITERÁRIA INTEGRAÇÃO CULTURAL  
Fortaleza X Mossoró


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