quinta-feira, 30 de junho de 2011

NÃO AO PLÁGIO




In dubio,
não copie :
CRIE!
Não altere:
FAÇA!
Pince o poder criador
que dormita no seu interior.
Atreva-se!
Exponha-se!
Todos têm identidade própria,
inclusive a obra.
Não se desvalorize  ao
uma  fazer cópia.
Ao plágio,
o repúdio total!

©rosangelaSgoldoni
01 07 2011
RL T 3 067 961

CONFLITOS ESTABELECIDOS



Desconfio do destino,
desconfio da razão.
Mobilizam-me os suspiros,
impulsiona-me a emoção.

Tentando buscar o equílíbrio
nos tecidos da ilusão,
sempre me ludibrio
ao descortinar a paixão.

Aos conflitos establecidos

poesia é solução.

©rosangelaSgoldoni
16 06 2011
RL T 3 067 943

COISAS QUE A MENTE ARQUITETA


Continuo bicho do mato:
colhi algumas flores
mas não encontrei o abraço.

Ainda quero ser pássaro:
voar, voar bem alto,
atingir o infinito
ou, quem sabe,
naufragar no espaço.

Busco algumas certezas,
mesmo que meu caminho
seja um tapete de incertezas.

Quem sabe uma estrela-guia
devolva a minha alegria ?
Ou a magia das fadas
traga-me a pessoa amada.
Construções de uma quase poeta:
coisas que a mente arquiteta.



©rosangelaSgoldoni
30 06 2011
RL T 3 065 803

terça-feira, 28 de junho de 2011

MEUS HUMORES EM TUMULTO





Transporto-me,
sou esperança.
Da alegria
retomo a patente
numa atitude coerente.
Refazendo meu percurso
desfaço a balbúrdia
dos meus humores em tumulto.
As asas em agitação sinalizam a decisão.
Onde pretendo chegar?
Não sei, mas vou arricar.

©rosangelaSgoldoni
15 06 2011
RL T 3 063 478

RECOMEÇAR



A vida só vale a pena quando se tem coragem para recomeçar.
Quando as quedas são inevitáveis, apóie-se com garra:
Levante-se,  é possível.
O melhor revide é o recomeço.
Um passo à frente
é uma forma inteligente
de enfrentar a questão.

©rosangelaSgoldoni
18 06 2011
RL T 3 061 587

segunda-feira, 27 de junho de 2011

CONSTATAÇÕES



A chuva caiu de repente.
A tristeza chegou sem aviso.
O tempo passou displicente.
Alegria?
Vou atrás e conquisto.

©rosangelaSgoldoni
27 06 2011
RL T 3 060 128

domingo, 26 de junho de 2011

A ROSA QUE NÃO PLANTEI






Precisava de um vaso
com flores enfeitado,
objeto de decoração:
na verdade,
colorir um espaço
e espantar a solidão.

Busquei margaridas

e petúnias charmosas;
tão etéreas …
desisti da idéia.

Meu desejo:

perpetuar nossa história,
apesar da inglória.
muitas vezes como a flor
o amor perde a cor,
desbota na vida e
na memória.

Optei pelas rosas.
Sim, artificiais!
Vermelhas tal o carmim
com que manchei teus lábios.
Estas ficarão no vaso,
por tempo indeterminado,
ou enquanto soluçar meu coração.

©rosangelaSgoldoni
26 06 2011
RL T 3 059 094
Publicado na Antologia Poemas à Flor da Pele
Volume 4
Editora Somar, Porto Alegre ... 2011




UM POUCO DE PAZ E ACONCHEGO


Posso dizer:
sou cobra criada,
e viciada
em tomar decisões.
Não postergo nem
ignoro;
no primeiro momento
choro,
mas não guardo dissabor.
Queria ser protegida,
guarnecida,
mas a vida exigiu reação!
Sinto um certo cansaço,
venho abrindo espaço
com fé, coragem e ação.
Eu preciso de sossego,
um pouco de paz e aconchego.
Dou a mão à esperança,
refaço-me nas minhas andanças,
vivo com sofreguidão!
©rosangelaSgoldoni
26 06 2011
TL T 3 058 984


sexta-feira, 24 de junho de 2011

ESTOU LIGADA EM MIM

Estou ligada no Jazz,
no Blues
e afins.
Estou full!
Estou ligada
em mim!

©rosangelaSgoldoni
25 06 2011
T 3 055 642

quarta-feira, 22 de junho de 2011

CORPUS CHRISTI







URGE MOTIVAÇÃO!



O momento é de interrogação.
Planos traçados:
alguns concretizados,
outros, estagnados.
Não sei se urge motivação.

Alguma coisa parece trancada,
a chave ignorada,
meu coração prisioneiro
nas masmorras da emoção.

Não, não flui o verso liberto,
há um esforço concreto
da poesia, o embrião.

Melhor não me cobrar respostas,
deixar que se abra a porta
e liberte-se a imaginação.

Ah, o verso,
este retomará sua brotação!



©rosangelaSgoldoni
23 06 2011
RL T 3 051 666

terça-feira, 21 de junho de 2011

MEU PERCURSO SERRA/MAR




Acordo nos braços da névoa,
frio sem cobertor;
a grama coberta de orvalho,
também clama por calor.
Vou fazendo devagar,
meu percurso serra/mar;
as nuvens ficaram distantes;
eu, mais e mais confiante.
E como previ, aconteceu:
o sol me deu bom dia,
o  mar em festa fazia
algodão doce da espuma branquinha.
Adeus solstício de inverno,
quero cores, céu aberto.
As nuvens, decoração,
dum ensaio, poesia, emoção.
©rosangelaSgoldoni
22 06 2011
RL T 3 049 720
revisada em 12 08 2015

segunda-feira, 20 de junho de 2011

BICHO-CARPINTEIRO



Hora de arrumar as malas,
sair pela estrada,
de casa trocar:
saio da roça
em direção ao mar.
Tudo por um tempo,
não consigo sossegar:
parece bicho-carpinteiro
que me faz peregrinar.
De casa em casa dou um
toque só meu;
mas a felicidade, acredito,
me esqueceu.
Eu parto, não importa,
se preciso, sou demora;
mas descubro onde
você  se escondeu:
a vida não vai me negar
pois a esperança aquiesceu
Quem é você?
©rosangelaSgoldoni
20 06 2011
RL T 3 046 485

domingo, 19 de junho de 2011

JANELAS




Algumas indiscretas,
são janelas reveladoras;
outras tão secretas
escondem amantes e dores.
Cortinas de renda ao vento,
laços de fita em cetim;
algumas, blackout contemplo
por dentro domina o carmim.
Janelas com grades, prisão,
persianas vislumbram saudade;
eu que sou inquietação,
alterno o estilo e a paisagem:

de noite, escuridão,
de dia, brilho e vaidade.


©rosangelaSgoldoni
18 06 2011
RL T 3 045 659

A VOLTA DE UM AMIGO



Amigo de longa data
surpresa em vê-lo outra vez.
A vida seguiu seu rumo,
a distância aumentou o percurso,
mas os abraços ela não os desfez.

Sorrisos se renovaram,
o carinho multiplicou;
e, estando lado a lado,
apesar dos caminhos traçados
nossa amizade ganhou:
ganhou em qualidade,
muito mais forte ficou.

Uma nova despedida,
sem tristeza, lamento ou perfídia,
somos aves de arribação.

©rosangelaSgoldoni
19 06 2011
T 3 044 341

sexta-feira, 17 de junho de 2011

FALAM DE MIM II




Não tenho mais tempo para babaquices.
Urge viver com disposição.
Não dou tratos ao disse-me disse,
mas não dispenso a observação.
O que falam não me interessa,
continuo vaidosa
e em busca de paz.
Só não fale na minha frente,
a onça desperta,
as pupilas dilatam:
o bote é certeiro!
Não sou reticente...


©rosangelaSgoldoni
17 06 2009
RL T 3 041 846

FALAM DE MIM




Dizem:
que sou vaidosa,
ando cheirosa,
uso saltos,
encaro os fatos.

Comentam:

que bebo cerveja,
falo besteira,
ando aprumada,
argumento na cara.

Sou tudo isso e pouco mais:

Uma mulher que sofreu
e vive em busca de paz!


©rosangelaSgoldoni
03 04 2011
RL T 2 829 978

FEMININA POR VOCAÇÃO




Brincas de esconde-esconde,
as nuvens são parapeitos,
quando penso que te encontro
já mudaste o endereço.

Preciso da tua luz
sou poeta, devaneio…
Meus versos sem inspiração
imobilizam-me, tenho receio.

Feminina por natureza,
dengosa por vocação
Lua, tua beleza
desafia a imaginação!

©rosangelaSgoldoni
17 06 2011
RL T 3 041 088

CONTRATO DE FIDELIDADE



Não me agradam os contratos com cláusula de fidelidade!

Não resistirá uma das partes,
ou as duas.
Quem o sabe?
Aliás, contratos
exigem testemunhas identificadas,
não servem alcunhas.

Contrato é coisa séria, formal,

envolve conceito legal.
Amor não se submete a formalidades:
respeito e amabilidade,
carinho e sinceridade,
não precisam de certidão.

Quando o amor é doado,
os amantes abençoados,
basta Deus como escrivão!

©rosangelaSgoldoni
27 05 2011
RL T 3 040 83
Publicada na II Antologia Poetas Fazendo Arte em Búzios, 2013 Editora Somar

quinta-feira, 16 de junho de 2011

COLADA NO SEU MURO




Que vontade de gritar
colada no seu muro:
saia e venha escutar,
não dá mais para desculpar
seu comportamento imaturo.

Suas verdades contestes
não fazem qualquer sentido,
são repetições em série,
tudo está bem entendido.

Afasto-me devagar,
descarto tal absurdo;
não me presto a proclamar,
prefiro mudar meu rumo.

©rosangelaSgoldoni
13 06 2011
RL T 3 038 493

quarta-feira, 15 de junho de 2011

DESISTI DE TE DEVORAR


Arte: Arthur Braginsky




Ao te decifrar
desisti de te devorar.
A aridez do teu deserto
ressecou meu coração.
O amor era tanto,
a fome desespero,
a prudência foi maior.
Estou só.
Resgato meus temores
revisando valores:
reidrato tua ausência!

©rosangelaSgoldoni
15 06 2011
RL T 3 036 705
Publicada em Fiapos de Lucidez

terça-feira, 14 de junho de 2011

UM NAMORADO IDEALIZADO



Ontem, no blog de uma amiga, reli a crônica de Artur da Távola chamada “Ter ou Não Ter Namorado”.
Doce releitura.
Fui adiante.
Pus-me a pesquisar outra crônica que, num recorte de jornal, acompanhou-me durante anos num cantinho da carteira: “A mulher que perdeu seu amor.”.
Eu a reli com a calma da maturidade, mas a emoção é a mesma: pura realidade.
A realidade feminina vista, revista e analisada pela ótica de um homem.
Poucos têm esta habilidade e, Artur da Távola supera-se neste contexto. Conforta-nos a alma com palavras delicadas e imagens que trazem uma verdade conceitual.
Fui seguidora fiel do seu site.
Minha última postagem: Meu ídolo partiu!
Mas, a emoção maior produziu-se quando, numa tarde, passando pela Av. Erasmo Braga, no Centro do Rio de Janeiro, eu o vejo saindo de um prédio público, acompanhado de alguém que pareceu-me ser um amigo. Já estava gravemente doente e eu não o sabia.
Elegância sem medida. Postura altiva.
Pela posição de saída do prédio, ficamos lado a lado e eu, congelada.
Parei, os dois seguiram. Ele olhou para trás.
Contive a vontade de abraçá-lo e dizer: obrigada!
Obrigada por traduzir meus sentimentos em palavras;
tristezas e mágoas em suaves pinceladas.
chamar-me à realidade sem crueldade.
Comecei falando de “Ter ou não ter namorado”.
Que mulher desiludida ou apaixonada, diante de crônicas
reveladoras dos seus sentimentos, não o consideraria “o
namorado idealizado.”?
À família estendo o meu respeito.

©rosangelaSgoldoni
15 06 2011
RL T 3 035 538
Publicada na Antologia Mulheres Fascinantes, 2012 SP

AZNAVOUR E MONTMARTRE





A música roda a casa
preenchendo todos os cantos.
La Boème invade
e não me traz saudades
dos meus vinte anos.
Aznavour extrai de Montmartre
a felicidade própria da idade
e de uma vida sem muitos planos.
Faz da fome poesia,
do desemprego alegria,
lilases, alegorias.
E eu faço a inversão.
Minha juventude passou
mas não deixou saudades,
bem longe de Montmartre,
as dificuldades fizeram-me crescer.

O meu hoje satisfaz,
maturidade que faz
um jardim pleno de rosas.

Rogoldoni
14 06 2011
Revisado em 25 06 2014


©rosangelaSgoldoni
14 06 2011
RL T 3 034 295
Pubicado em Fiapos de Lucidez

segunda-feira, 13 de junho de 2011

NASCEU PESSOA!






UMA PEQUENA HOMENAGEM A FERNANDO PESSOA

 

13 de junho,
nasceu Pessoa.
Multifacetado,
vezes quatro

(ou mais, quando necessário),

poeta plural:
seus heterônimos,
mais que pseudônimos,

biografados e estilo próprio,
poesia distal.

 Gênio da Poesia

“o ser poeta por vocação”

na sua definição.


©rosangelaSgoldoni

14 11 2011

RL T 3 033 413

Revisado com algumas inserções em 11 06 2022

Além dele, Alberto Caieiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Bernardo Soares convivem em destaque no Modernismo Português.

"Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros).
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me aponta traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore [?] e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
- Fernando Pessoa, "Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação. Fernando Pessoa". Lisboa: Ática, 1966.  p. 93."

in http://arquivopessoa.net/textos/4194






T.O.C.



T.O.C.

Às vezes sou compulsiva,
outras, obsessiva.
Não se trata de transtorno,
faço tudo com muito gosto!
Quando quero, luto e consigo,
mas não sou do tipo feérica:
talvez um tanto histérica.
Não falo de patologia,
É questão de peitar a vida,
que me forjou no sofrimento.
Não me perco em lamentos!

©rosangelaSgoldoni
14 12 2010
RL T 2 672 417

PRECE AO AMOR





Senhor,
olhai os que se amam:
Sua bênção e proteção.

Aos que estão apaixonados
que sempre mantenham os laços.

Aos amores proibidos,
que sejam desimpedidos
(sem que haja conflitos).

Aos amores desfalecidos
que sejam ressuscitados
e se reencontrem no abraço.

Aos amores desiludidos,
que refaçam o que está perdido.

Aos amores diferentes,
o respeito de toda a gente.

Enfim,
que não haja arrependimentos,
sobrevivam os bons sentimentos.


©rosangelaSgoldoni
12 02 2011
RL T 2 788 804
Publicada na Antologia "Café com Verso".
Vol 1 2012, Editora Delicatta SP

POR E PELA POESIA