terça-feira, 31 de maio de 2011

VÍCIO SAUDÁVEL



Volta ao ninho.
Casa, filhos, rotina.
Vício saudável!

©rosangelaSgoldoni
01 06 2011
RL T 3 006 588

segunda-feira, 30 de maio de 2011

NÃO BRINQUE, NÃO DEIXE MÁGOA!



Corro mundo em busca de novos horizontes.
Algumas vezes não consigo alcançá-los:
tomo como desafio:
demoro, mas atinjo!

Não me detenho frente a obstáculos:

crio tentáculos.
Não me tomo por imprudente,
Sou, acima de tudo, independente.
Sou multifacetada,
mas nenhuma delas aceita bofetada.
Dentro de mim mora um anjo?
Depende do ângulo.
O sorriso é a minha marca
mas não brinque, não deixe mágoa.
Sou uma, duas, sou tantas,
mas não me tome por santa.

Em constante aprendizado,
sou mulher que corre dobrado:
há um  horizonte a ser alcançado.

©rosangelaSgoldoni
31 05 2011
RL T 3 004 441

domingo, 29 de maio de 2011

INVEJA



INVEJA

Um olhar de inveja pode ter efeito devastador.
Um olhar de raiva pode ser arrasador.
Blinde-se com caridade, perseverança e amor.
Lembre-se da piedade para com este olhar de um sofredor:
impotente frente à vida
infeliz  e sem guarida
aos olhos do Criador.

©rosangelaSgoldoni
30 05 2011
RL T 3 002 207

COM AS BÊNÇÃOS DO MAR



Com cautela, 
recomeço uma aproximação com o mar.
Simulando a maré, avanço e recuo,
numa estratégia discreta,
vontade reflexa:
apenas molhar os pés.
Parece engraçado,
mas é mágico.
Hoje consegui,
meio sem jeito,
satisfiz meu desejo.
Amanhã eu volto
para me renovar.
Um novo batismo,
sentido divino
com as bênçãos do mar.


©rosangelaSgoldoni
22 05 2011
RL T 3 002 134

AMANHECENDO EM ALGUM LUGAR



Pagode na praça,
mercado de peixe,
de tudo acho graça,
se estou com você.

A lua se esconde,
o sol resplandece.
O copo com espuma
na mesa obedece.
Mais uma cerveja!
O quiosque agradece.

E segue o dia

tão claro e gostoso.
O prato do dia:
pargos ao forno.
Dormir é preciso,
reclama o corpo.

Que pena, 
depois foi desgosto!
Na madrugada
retribuo a gosto:
rei morto, rei posto!

©rosangelaSgoldoni
21 04 2011
RL T 3 001 922

sábado, 28 de maio de 2011

CALEIDOSCÓPIO II



Arco-Íris: cor!
Tons de melancolia.
Caleidoscópio.


©rosangelaSgoldoni

29 05 2011
RL T 3 000 319

CALEIDOSCÓPIO




Eu hoje estou “blue”.
Mas não é um” blue" qualquer.
É um” blue marine",
um “blue” lamento,
um sentimento de fé!

E u quero o “white”
dizer “all right”,
para o que der e vier!

Mas não é bem assim.
Fugindo de holofote,
estou mais para ocre,
o que não me dá suporte.

Quero o pleno do arco-íris,
em seus tons e matizes,
liquidificá-los com requinte.

Eu quero um caleidioscópio:
em meio às cores me perder.


©rosangelaSgoldoni

27 11 2010
RL T 2 639 331
Publicado em Fiapos de Lucidez

FESTA DO INTERIOR: INDO ALÉM DA CANÇÃO




 Vai além do exposto  na canção Título (Moraes
Moreira/ Abel Silva).
Festa do interior tem um palco inocente, a sanfona presente, o desafio inteligente.
É a celebração da vida na sua forma mais irreverente.
João, Pedro e Atonio, personagens tradicionais, tem festejos que nos levam a refletir sobre a realidade da vida contraposta: cidade grande, individualidade, competição, apostas.
Estas festas me encantam. Tem o saber/sabor da  infância, do forró às quadrilhas improvisadas.
Infiltro-me na comunidade dos leilões; frangos caipiras recheados, cachaça em frascos decorados, disputados real a real.
Um leiloeiro atrevido, que faz do lance piada e a atençao de todos concentra sem dificuldades. 
Depois, a dança.
A poeira levanta na praça. Há coretos (sim, eles subsistem), onde os namorados trocam beijos , subvertem seus desejos, pois há uma platéia de prontidão.
Ah, festa do interior, a pureza preservada e eu,
espectador!

©rosangelaSgoldoni
29 05 2011
RL T 3 000 270
POEMAS À FLOR DA PELE CONTOS E CRÔNICAS
Volume I Página 98 Porto Alegre, 2011
Editora SOMAR de Porto Alegre




RECOLHENDO NÉCTAR




Voando baixo,
observo com precisão.
Recolho néctar.

©rosangelaSgoldoni
26 05 2011
RL T 2 999 430

sexta-feira, 27 de maio de 2011

UM ESTRANHO NO PALCO DA VIDA



Rever-te não  foi agradável.
Um quê artificial e, no palco,
um estranho.

Não me comove nem surpreende,

tua postura displicente
de sofredor em potencial.
Imagem pré-definida,
estudada e adquirida,
tornou-se habitual!
Lamento, é deprimente!
Mude a estratégia, urgente,
concretize esta decisão!
Depois, quem sabe, sem pressa,
trocando o contexto da peça,
eu venha a te estender a mão.
Cansei de servir de plateia
de um ator sem talento e visão.
©rosangelaSgoldoni
28 05 2011
RL T 2 998 289

quinta-feira, 26 de maio de 2011

TERRA INFECTA



Grilo, grilagem,
roupagem poética.
Terra infecta.

©rosangelaSgoldoni
26 05 2011
RL T 2 995 705

REMANSO SANTO


Canto do rio.
Natureza explode.
Remanso santo.


©rosangelaSgoldoni
23 05 2011
RL T 2 995 624

quarta-feira, 25 de maio de 2011

SONHOS A GALOPE






Fogem-me os sonhos.
Tento alcançá-los a galope.
Triste consorte, meu ginete,
que se detém diante de um campo
em flores.

Inútil emoção.
Retomo as rédeas
sem pressa.
Comando o trote
decidindo recuar.

Eles hão de voltar,
eu posso esperar!

©rosangelaSgoldoni
26 05 2011
T 2 993 807
Poesia publicada na Antologia Poemas à Flor da Pele, volume 7, 2013 Editora Somar

DUALIDADE




Descobri que sou duas
(não bastasse uma para conviver).

Momentos que se aproximam
ou se distanciam,
quando o suficiente seria viver.
A dualidade da vida se impõe:
desvio das paralelas
busco sempre uma reta
mas os trilhos se recompõem.
Dividida estou,
devo confessar!

Dividida sou,
quando queria somar!

©rosangelaSgoldoni

30 01 2010
T 2 420 938
E-Book Fragmentos Poemas à Flor da Pele Ano VI 2012

MATURIDADE


A maturidade chegou
sem direito aos 15 minutos de fama.
Amores adernaram ou evaporaram.

Inventariadas as lembranças,
algumas camas 

outras, amor:
muito restou.

Revisitando o passado,
um "foi eterno enquanto durou":
sua bandeira em meu peito fincou!
Será companheiro de viagem
até a eternidade
mesmo perdida a titularidade.

O meu coração caminha
e ninguém adivinha,
sequer imagina,
o que de mim sobrou.

©rosangelaSgoldoni
24 03 2008
RL T 2 432 904

terça-feira, 24 de maio de 2011

MONÓLOGO COERENTE


Imagem: Christine Comyn


Meus versos revelam-se confessionais
(inibo o cunho religioso para o exposto).
Entranhas exibidas à tela aberta,
sem pudores e cautelas.
Dispenso o exibicionismo.
Apenas com o analista
este sim, um novelista,
costurando minha vida:
eu, remendos poéticos!

Monólogo coerente
de um enredo inconsistente
onde há muito o que decifrar.

©rosangelaSgoldoni
25 05 2011
RL T 2 991 598
revisado em 12 12 2015

EGOÍSMO SAUDÁVEL




As mudanças são evidentes.
O que está a acontecer foi programado
e, agora,
festejado.
Voltei a ouvir música,
comprei CDs.
Uma bossa, mais do que nova,
resgatei.
Os caminhos estão mais claros, depurados,
novos odores.
Sensores antenados: chega de sapos!
Quero gente que olhe pra frente,
dos problemas façam piada,
pessoas bem humoradas.
O meu egoísmo saudável,
permite-me sem nenhum recato,
excluí-lo dos sonhos meus.

©rosangelaSgoldoni
24 05 2011
RL T 2 991 325

segunda-feira, 23 de maio de 2011

BRINCANDO DE AMOR



Nossas melhores lembranças
desfazem-se na poeira da estrada.
Sinto-me um tanto perdida,
sem referências,
desorientada!

O pouco que de nós restou,
nada a acrescentar.
Sei que você brincou,
eu também quis brincar.

E na brincadeira do amor
só consegui me chamuscar.

©rosangelaSgoldoni
17 05 2011
RL T 2 988 808

EQUILÍBRIO DISTANTE


Sentimento vil.
Equilíbrio distante.
Parca emoção!

©rosangelaSgoldoni
23 05 2011
RLT 2 988 771

domingo, 22 de maio de 2011

ABRAÇO






Um carinho diferente,
agrada a toda a gente;
tem  gosto de proteção.
Afago delicado,
calor que é propagado,
dois corpos imantados:
coração contra coração.

Abraços são necessários,
independem da relação.
Abraços amantes amados,
aqueles aos filhos doados,
aos amigos sem exceção.
A você, querido amigo,
filhos, momentos divinos,
meu abraço e total gratidão.

©rosangelaSgoldoni
22 05 2011
RL T 2 986 953

MEU PREFIXO PREFERIDO




MEU PREFIXO PREFERIDO


Renascimento

Recriação
Ressurgimento
Revelação.
Reestrutura
Reedição
Repaginado
Reinvenção



©rosangelaSgoldoni
22 05 2011
RL T 42 986 437

SONHO PREAMAR



Maré vazante.
Praia encapelada.
Sonho preamar!


©rosangelaSgoldoni
25 05 2011
RL T 2 986 305

REFLEXÕES ALEATÓRIAS




Ouvi em algum lugar a seguinte frase :

"A coragem vem quando a gente não aguenta mais sentir medo". (DA)

Assim, quando a verdade nos afronta, só há dois caminhos a seguir:

recuar ou

enfrentar.

E quando se decide pelo enfrentamento, há que se correr riscos.

Recuar poder ser traduzido por não querer ou poder ver o que acontece.

Tem tratamento.

Quanto a correr riscos, lucidez e decisão são fundamentais.

Há que se elaborar e laborar a questão.



©rosangelaSgoldoni

22 05 2011

T 2 985 289

sábado, 21 de maio de 2011

EU FIZ!


Eu fiz,
eu faço,
e vou além!

Ultrapasso
meu espaço,
desfaço nós e laços,
não me prendo a ninguém!

Laços afetivos,
só os filhos,
esses
me detém.

Mas,
ao contrário do ordinário,
incentivam-me a fazer!

©rosangelaSgoldoni
21 05 2011
RL T 2 985 112

quinta-feira, 19 de maio de 2011

UMA VIAGEM SURREAL


 
Praticamente radicada no interior, cercada pela vegetação de Mata Atlântica, descubro que os ares marinhos estão a me faltar.
Decido, então, buscar a praia numa cidade do litoral Norte Fluminense, calma e aconchegante, com os confortos de cidade grande, mas, ainda, com as características de segurança que o interior permite.
Ansiosa e quase sem dormir, aguardo o táxi que me levará ao ponto de ônibus, rumo à brisa do mar.
Partiu às 06.30h/18 05.
Um roteiro quase turístico: foram-se duas horas e meia em estradas tortuosas, num “caixotinho” (denominação dada ao ônibus que roda por entre os distritos de municípios do interior). Desconforto total, além da falta de compromisso do motorista com os passageiros, uma vez que não se furtava a parar, conversar com pessoas que circulavam pelas estradas, sem qualquer respeito com os que estavam a ser conduzidos.
Meu bom humor, verdade, surpreendeu-me.
Num roteiro lógico, este percurso duraria 50 minutos.
E fui fazendo “turismo”, absolutamente conformada com a situação.
Chego ao destino, após três horas de viagem.
Não, não era destino ... havia uma baldeação.
Com pouca bagagem, mas cansada, tomo assento na segunda condução e peço ao motorista que me oriente quanto ao meu destino (do qual tinha alguma noção).
Outro padrão: ar refrigerado, funcionários uniformizados, limpeza impecável, mas desconhecimento total da região.
Quando percebi que a minha parada estava próxima (há mais ou menos uns 7 anos não visitava a tal cidade), dirigi-me ao condutor, que retrucou:
- Sua parada já passou!
Retorne, pegue uma van.
Assustada, desci no primeiro ponto.
Mas não sou tão desligada. Na calçada, percebi que não estava errada.
Mais informação:
- Sim, siga em frente. Logo ali ...
Que deveria seguir em frente eu sabia. O que desconhecia é que logo ali era além, muito além da imaginação.
Rendi-me ao táxi, que também desconhecia a cidade.
E eu, segurando o bom humor, cheguei ao meu destino: uma Pousada modesta, que da porta era uma festa, o mar e sua imensidão.

Mas a festa não estava completa, meu caro leitor.

Havia um senão: internet!
Meu modem, 3Geringoça tecnológica, uma carroça enferrujada. Internet emperrada, só clicando em atualização.

Senti saudades da roça, da Velox que não me faz troça e põe o mundo em minhas mãos.

Não se trata de propaganda, é fato que aqui desabafo,
Mas ...

Amanhã é um novo dia!
Que o meu bom humor se mantenha,
que, enfim, não me detenha,
face ao objetivo inicial:
nos cabelos um pouco de sal!

Rogoldoni
19 05 2011

RL T 2 979 233

in Poemas à Flor da Pele
Contos e Crônicas Volume I Página 99
 2011
Editora SOMAR de Porto Alegre

quarta-feira, 18 de maio de 2011

MOLDANDO A ESSÊNCIA


Sou feita de impaciência,
reticências e alguns dissabores.
Mistura que me desagrada,
mas não atrapalha:
tenho valores.

Eu falo,não deixo recado,
sou desacato,
quando é preciso
ou
engesso-me na paciência,
moldando a essência,
pra não perder o juízo.

Reflito, 
repenso,
desligo
a tomada plugada,
refaço o exercício.

©rosangelaSgoldoni
18 05 2011
RL T 2 978 871

POR E PELA POESIA