terça-feira, 22 de maio de 2018

MARCAS DE UM ROMANCE



Sequer trocamos cartas.
Fotos, não há registros.
Trago-o em meu peito acolhido:
as marcas deste romance
deixaram indeléveis vestígios.
Meu perfume em sua roupa,
seu beijo e o gosto do vinho.

Foi bom enquanto durou,
diz o senso comum;
mas meu senso revelou:
o final como um desperdício!

©rosangelaSgoldoni
30 11 2011
RL T 6 343 943
Publicado em Fiapo de Lucidez

quarta-feira, 16 de maio de 2018

URGÊNCIA DE PRIMAVERAS



Azul,
verde-água,
primárias
e
derivadas:
realidade fantástica
de um outono que teima em florir!
Rebelam-se as flores do meu jardim!
Alimentam-se das folhas
caídas,
varridas,
maceradas pelo tempo.
Há urgência de primaveras!

©rosangelaSgoldoni 
10 04 2014
RL T 6 338 373
Publicado em Fiapos de Lucidez
2014

sexta-feira, 11 de maio de 2018

AMOR RELICÁRIO



Mãe que se foi,
Mãe que está,
Mãe que se doa,
Mãe que se empresta,
Mãe santuário!
Simplesmente mãe,
amor relicário!

©rosangelaSgoldoni
10 05 2018
RL T 6 334 116

AROMAS DE OUTONO



Já não colho primaveras
há tempos, nem lembro;
envolvida n’outra atmosfera
estou certa, culpa não tenho.

Os aromas exalados
são aqueles do outono.
Agradam-me o olfato,
subjetividades que não escondo.

Em breve, tempos de inverno,
poucas flores sobreviverão.
Entre o vivo e o hiberno
carrego esperanças, verão!

O tempo não nos engana:
estampa seu efeito nas faces.
Atrelo-me ao outono com gana,
em busca de um sol que me abrace.

©rosangelaSgoldoni
02 01 2011
RL T 2 771 051

domingo, 6 de maio de 2018

NOSSA PRECE





Por todos os dias de agonia,
pela insegurança invasiva;
pelo atraso no salário
o pão negado a cada dia;
pela falência da empresa
e a carteira de trabalho em baixa;
pelo Hospital e UTI’s fechados,
por enfermarias congestionadas;
pela escola sem professor,
merenda e tiros no corredor;
pela criança infeliz
quando deveria sorrir;
pelo policial a reinventar-se
no dia escudo da violência,

Senhor,
Escutai a nossa Prece!

©rosangelaSgoldoni
06 05 2018
RL T 6 328 837

sexta-feira, 4 de maio de 2018

LAPSO DE BOM SENSO




Tantas vezes fui cobrada como ponto de equilíbrio que, 
desiquilibrada,
visualizei um abismo.
Recuei a tempo
num lapso de bom-senso
quando,
então,
estreitei o círculo.
Primeiro: eu!
Outros: decido!

Rogoldoni
30 04 2014

RL T 4 789 499

terça-feira, 1 de maio de 2018

MANACÁ DA SERRA






Meu pequeno arbusto,
livre de monóxidos,
botões incandescentes
próximos à eclosão.

Te aguardo em flores delicadas,
outono, inverno
aquarelas encantadas,
desbunde dos viciados
em natureza,
ciclos e
estações.

©rosangelaSgoldoni
01 05 2018
RL T 6 324 655

POR E PELA POESIA