domingo, 24 de janeiro de 2021

COMO SE ALI ESTIVESSE

 

Bem me lembro como se ali estivesse.

Aos quatro anos, jardim da Igreja de Santana em Niterói.

Dias quentes, minha mãe presente a refrescarmos na praça.

Ela sentada no banco enquanto eu procurava por pauzinhos de picolé e pirulito Kibon sob o seu olhar diligente.

Na santa inocência do cheiro da merendeira cor-de-rosa do Jardim de Infância também residem as primeiras memórias.

Piscou o tempo num olhar de vida que se renovou nos filhos e ampliou-se com a alegria do neto.

Hoje, o amor repousa sobre almofadas de sonhos costurados a fios de lembranças festejadas.

 

©rosangelaSgoldoni

23 01 2020

RL T 7 167 917


terça-feira, 19 de janeiro de 2021

TRAMAS E TAPETES

 

Devolvi!

De que me serviriam enrolados sob a cama?

Apenas escondidos, acumulando a poeira do tempo.

Capricho?

Não fazia mais sentido.

Devolvi os tapetes e suas impurezas camufladas entre fibras tecidas a mão.

Devolvi parte de uma vida tramada em nós de arrumação e contenção de bainhas.

Desvencilhei-me das linhas desfiadas a cada lavagem na secagem sobre o muro.

Persas não voam por mim,

avisei, Aladim!

Lâmpadas apagadas não fazem mágica

e um pássaro adormecido

despertou a renovar-se em voos

e versos colhidos entre jasmins.

Desfeitas as tramas,

recolho aromas e poemas

em cálices de açucenas

nos campos do amanhecer.

 

©rosangelaSgoldoni

19 01 2021

RL T 7 163 673

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

JANELAS PARA O MUNDO

 

Um tímido olhar sobre a janela do mundo

revela-se por trás do biombo que o separa da pandemia.

Máscaras misturam-se ao cotidiano da maioria

das gentes sobreviventes e

conscientes de suas verdades coletivas.

A transbordar esperanças de cura,

uma pneumonia viral infla-se de esperanças

e nuanças benfazejas.

Cai o pano!

O puro da natureza refaz-se em sorrisos escancarados

no amanhecer livre de amarras.

O humano que trago comigo agradece!

 

©rosangelaSgoldoni

07 01 2021

RL T 7 155 091


sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

DEIXANDO PARA DEPOIS


 

Chegou sem garbos, tímido e desconfiado.

Os conscientes no momento da passagem não estranharam.

Aliás, nada prometeu ciente do que 2020 se perdera entre desconfianças e lágrimas.

Na bagagem, os agradecimentos de vida, fé, esperança e promessas de vacina...

Ofereceu resiliência e empatia.

Para quem aceitou, seria o suficiente, evitaria cobranças.

Alguns fogos para dizer que não festejou.

Um toque de cotovelos, um sorriso no olhar e

aquele abraço que ficou para depois.

 

©rosangelaSgoldoni

01 01 2021

RL T 7 149 519


UM POEMA RADICAL (Solicitado para uso escolar no Ensino Fundamental II)

  Agradeço Um Poema Radical Infelicidade Insensatez Infidelidade Invalidez Não se fie no prefixo Opte pelo radical Acresça um bom s...