domingo, 22 de janeiro de 2012

LUA ESPARRAMADA



Há dias em que a lua 
cheia de atrevimento,
sequer pede licença:
invade minha varanda,
esparrama-se pelo chão.

Observo, ali, parada,
completamente extasiada,
relembro a velha canção:
mas “de rondas”, hoje não!

Tento costurar versos:
uso as linhas do horizonte.
Os pontos se dispersam
à cata de uma nebulosa,
aquelas, de reflexão.

O poema um tanto assustado,
recolhe-se ensimesmado,
recluso-me sem inspiração.
Quem sabe, amanhã, um bordado,
com alguns raios prateados,
respinguem das minhas mãos.


©rosangelaSgoldoni

23 01 2012
RL T 3 456 220











6 comentários:

  1. Maravilhoso minha amiga! Nota dez, lindíssimo.

    Naldo Velho

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  2. Carmen Lins de Carvalho26 de janeiro de 2012 às 11:16

    Que lindo este poema!

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  3. Carmen Lins de Carvalho28 de janeiro de 2012 às 05:15

    A saudade aperta ouvindo Noche de ronda! Tempos que não voltam mas ficam na memória.

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  4. Sempre obrigada, Carmen, pela presença e comentários.

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