sexta-feira, 30 de novembro de 2012

PAGANDO PRA VER




Eu passo…
você passa…
disfarçamos não sei o quê;
mas há sempre “um rabo de olho”
denunciando nosso querer.
Somos dois atrapalhados
em assuntos de viver,
não há tempo pra “não-me-toques”,
os ponteiros estão a correr.
Que tal encararmos os fatos?
Que tal pagarmos pra ver?

©rosangelaSgoldoni
21 11 2012
RL T 4 013 816


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

INSPIRADA POR BECKETT





Não entendi nada.
Não quero entender nada.
Desisti de entender!

Chorei muito.
Não mais quero chorar.
Desisti das lágrimas!

Tentei de tudo.
Tentei demais.
Desisti de esperar!

Te amei muito.
Te amei demais.
Desisti de te amar!

Não sei por que
este poema louco
teimou em nascer.

Lembrei-me de Beckett,
o absurdo repete-se
no meu jeito de ser!


©rosangelaSgoldoni
06 11 2011
RL T 3 319 729

terça-feira, 27 de novembro de 2012

21 DE DEZEMBRO: O MUNDO VAI ACABAR?




Final
existencial,
territorial,
recidivo.
Tristes indícios:
animosidade,
falta de solidariedade,
ódio incentivado,
violência por instinto.
Sobreviveremos
ao
mito?
21 de dezembro…
ainda é tempo
de alterar
o
veredicto!

©rosangelaSgoldoni
28 11 2012
RL T 4 008 860


E não se acabou!




NATAL REPENSADO





Luzes,
 muitas luzes anunciam o Natal:
evocam a estrela de Belém,
anunciam a chegada dos Reis Magos.
Há movimento nas lojas,
nas ruas,
feéricas escadas rolantes,
atropelos e sacolas de todo o porte.
Supermercados abarrotados de gente e alimentos:
há que se preparar a ceia e trocar presentes.
Acredito num Natal diferente,
que aproveite a toda a gente!
Luz interior que leve água ao sertanejo;
mãos limpas que nos livrem de verminoses;
todos sentados à mesa sem medo de torpedos;
pão farto e paz abundante:
o aniversariante  sorrindo, ao centro,
colhendo a safra que há 2000 anos semeou.

Feliz Natal com Cristo,
Nosso Senhor e Salvador!

©rosangelaSgoldoni
27 11 2012
RL T 4 007 518


domingo, 25 de novembro de 2012

INSTINTO PROTETOR





Pérolas desavisadas
acreditam-se maculadas
pelo grânulo invasor.
Pobres pérolas aprisionadas,
não entendem que, nacaradas,
anulam seu malfeitor.
Ensaio os caminho da natureza,
não que seja conveniência,
talvez instinto protetor.

E quando machucada por fartas evidências
torno-me bivalve por contingência:
encerro-me véu nácar transparente,
envolvente redoma interior.

©rosangelaSgoldoni
14 09 2012
RL T 4 005 200


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

TRISTEZAS DE UM RIBEIRÃO



O ribeirão adormecido,
manso,
tranquilo,
acordou em meio a um pesadelo.
Triste descrevê-lo
enfurecido,
devorando margens,
árvores indefesas,
plantações de tomates-cereja.
Invadiu casas,
destruiu sonhos:
perdeu-se do curso traçado
percorrendo um caminho bisonho.
Depois de tantos estragos
o ribeirão desaguou:
refez-se transparente e piscoso
assim que a chuva passou.

©rosangelaSgoldoni
16 11 2012
RL T 3 998 500


terça-feira, 20 de novembro de 2012

SILENCIOSA MADRUGADA




Madrugada escandalosamente silenciosa:
incomoda!
Sequer um latido aos meus ouvidos.
A saudade se aproveita da minha fragilidade
e tenta me seduzir.
Monto barricadas imaginárias
que me protejam das tuas lembranças.
Fecho a janela e vou dormir.

©rosangelaSgoldoni
20 11 2012
RL T 3 995 625


Publicada na II Antologia Poetas Fazendo Arte em Búzios, 2013 Editora Somar

domingo, 18 de novembro de 2012

ALEGRIA DE RENASCER




Mantenha-se
distante,
pois
o meu momento
celebra
a alegría
de
renascer…
sem você!

©rosangelaSgoldoni
14 11 2012
RL T 3 992 508


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

DE BRAÇOS DADOS COM A VIDA



 
Vez por outra solto a voz.
Na cozinha,
onde estiver.
De preferência,
sozinha.
Não hei de prestar contas
das minhas dissonâncias.
Escolho o repertório
com o dedo sobre a lesão
não cicatrizada.
Em três tempos: curada!
Sigo imunizada,
livre de cicatrizes:
prossigo
de braços dados com a vida.

©rosangelaSgoldoni
15 11 2012
RL T 3 987 789



terça-feira, 13 de novembro de 2012

RECAÍDAS



R
   e
       c
           a
               í
                 d
                    a
                        s

não assumidas,
idas e vindas,
obviamente,
causa perdida!
Lamento,
não tens meu crédito:
apenas descrédito
a oferecer.
Não
menosprezo
tua presença,
mas peço
licença
pra minha história
reescrever.

©rosangelaSgoldoni
13 11 2012
RL T 3 984 868


COISAS DE LUA CARIOCA (Classificado no Concurso da Fundação Municipal Casimiro de Abreu 2012)





LUA de agosto
minguante na ESTRADA
                                        SEGUE-ME por instinto
pela MADRUGADA.
a PONTE vazia
                                        o dia DESPONTA
GAIVOTAS sorrindo
retornam ao NINHO.
ACORDA O RIO DE JANEIRO!
LENTAMENTE apagam-se as luzes
                                        a lua de agosto DESPEDE-SE.
DESTINO cumprido
retorno à CIDADE
EU a reencontro
vermelha/ BRONZEADA.
                                        COISAS DE LUA CARIOCA!

©rosangelaSgoldoni
15 08 2012
RL T 3 984 210

Este poema foi classificado para participar no XIII Concurso Literário de Poesia realizado pela Fundação Cultural Casimiro de Abreu no ano de 2012.




segunda-feira, 12 de novembro de 2012

MINHA PRINCESA



Princesa sem cetro,
coroa ou fantasia:
na verdade, minha rainha.
Negra, esbelta,
dentes alvíssimos,
elegância implícita:
sempre solícita.
Bens materiais?
Uma casinha de madeira
no quintal, seu pedestal.
Sorriso franco:
a cauda abanando!
Submissa quando repreendida.
Genuína vira-lata,
uma estirpe discriminada.
Um dia minha Princesa partiu.
Confesso: chorei!
Mas, descobri em sonhos
que, no céu,
as almas dos cães
tem carinho e atenção:
brincam com bolinhas de nuvens
com os anjinhos de plantão.

©rosangelaSgoldoni
05 10 2012
RL T 3 922 244


sábado, 10 de novembro de 2012

ÉBANO IDEALIZADO




Sugere
a
pele morena
preciosa pimenta
ao meu paladar.
Desbravo
com ansiedade
sua geografia,
audaz investida
na troca de olhares.
Deus negro,
ébano idealizado,
frutifica em mim:
você um mistério
a ser desvendado.

©rosangelaSgoldoni
10 11 2012
RL T 3 978 885


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A MAGIA DA ALEGRIA




Meus versos andam tensos,
pesados,
apesar da paz interior sedimentada.
Nuvens à deriva ensaiam desaguar
sobre minha cabeça.
Esquivo-me com a firmeza
dos que tem a certeza
do dever cumprido:
o travesseiro não me contesta.
Continuo meu trajeto,
não dou tratos à mesquinharia.
Vou sozinha ao encontro de nuvens
que deságuem poesias;
agitem-se ao dos canto dos pássaros
espargindo,
com plenitude,
a magia da alegria!

©rosangelaSgoldoni
08 11 2012
RL T 3 974 738

UM POEMA RADICAL (Solicitado para uso escolar no Ensino Fundamental II)

  Agradeço Um Poema Radical Infelicidade Insensatez Infidelidade Invalidez Não se fie no prefixo Opte pelo radical Acresça um bom s...