Minhas crianças são tantas,
são ternas,
amadas;
reservas dos melhores vinhos e safras,
frutificações multiplicadas
em gerações de amor.
Nós,
em mim,
desde 1952!
©rosangelaSgoldoni
12 10 2025
R L T 8 456 210
Minhas crianças são tantas,
são ternas,
amadas;
reservas dos melhores vinhos e safras,
frutificações multiplicadas
em gerações de amor.
Nós,
em mim,
desde 1952!
©rosangelaSgoldoni
12 10 2025
R L T 8 456 210
Quase verão.
Quase Natal.
Quase Ano novo outra vez.
Outubro reestreia em sol de janeiro,
suores de fevereiro,
anúncios de liquidação.
Os ponteiros,
acostumados ao tempo,
nem percebem tamanha aceleração!
Entre quases,
a idade avança no calendário da vida
ainda ciosa de seus compromissos.
Honras à lucidez reinante
e à mobilidade
quase sentada no tamborete ao lado.
Um brinde ao tanto que se viveu e
ao desconhecido futuro,
provável,
desnudo,
roupagem de sonhos.
©rosangelaSgoldoni
01 10 2025
RL T 8 447 194
Deixo-me abraçar pelos suspiros de setembro
atenta às florações que celebrarão a próxima primavera.
Sonhos teimam em driblar a eloquência do tempo passado,
calendário desenfreado de viver.
Sorrir,
quem sabe sorver o perfume da gardênia,
além do jardim, a envolver estrada...
Ser coro no cantar do sabiá do campo
a celebrar o encanto do entardecer.
Multiplicar-me em cores e orquídeas,
baunilha,
ao sabor do bem-me-quer.
Festejar o frenesi das borboletas a sugar o néctar
à exaustão,
transformação!
Nas incertezas das certezas,
acreditar que novas primaveras me acolherão.
Verão!
©rosangelaSgoldoni
RL T 8 421 796
01 09 2025
Despeço-me de algumas certezas num piscar de momento.
É preciso renovar-se em entendimentos,
perceber os movimentos
e desacelerar conclusões tratadas como definitivas.
A impermanência traduz-se em claras percepções
de que muito pouco é imutável ao domínio de causas!
O ser social dança numa
roda-viva de variantes conceituais.
Cristalizar-se em convicções é tentar atrasar o relógio
que acelera o momento sem se ocupar do pensamento.
Às certezas, minhas dúvidas!
©rosangelaSgoldoni
15 10 2023
revisão em 06 08 2025
RL T 8 401 373
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Minha infância e adolescência
residem na essência das lembranças.
Fotografias?
A vida simples,
poucos recursos,
não nos permitia.
Os 3 x 4
sagrados
na caderneta a cada ano:
o pouco esperançado
no investir em educação.
Sem herança cogitada,
a vida passava ao longe dos testamentos.
Memórias da tenra escola,
das brincadeiras,
recreio;
suspiros em crescentes e
graduados horizontes:
um futuro revelado
em colorido presente!
©rosangelaSgoldoni
05 07 2025
RL T 8 382 692
Ele passa mais uma vez e
acena discretamente.
Relembra-me que ainda
somos presença na linha visível do tempo.
Eu e meu inverno do calendário
caminhamos rumo
ao encontro do novo neto
ao prazer do sabor de ser avó pela segunda vez.
Mais um menino a revelar-se
em festejares de primavera
frente à minha estação dissonante.
Ciclos que se envolvem e
intercalam ao sabor do
anuário e suas possibilidades.
Crescente maturação de um amor
a ungir-me avó em nova gestação.
Vem Lucas,
ao sabor da novidade de nascer!
©rosangelaSgoldoni
22 06 2025
RL T 8 364 227
Como rotina, voltava do interior aos domingos à noite, ônibus das 23.40h.
Apesar dos perigos da madrugada, o trânsito das estradas era tranquilo e encurtava o trajeto até o destino final, a urbe, em quase uma hora. O percurso incluía paradas em algumas cidades.
Mas, acidentes e violências são imprevisíveis como aquela pedrada em direção a sua janela meses atrás. Escapara por pouco.
Desta vez uma violência quase imperceptível.
Já embarcada, tentava dormir. Não ultrapassou os limites de alguns cochilos.
No stop para o lanche, em torno das duas e trinta, apenas um café. Em seguida, dirigiu-se ao toalete onde foi abordada por uma jovem, talvez uns vinte anos, que deixava transparecer seu olhar de medo e apreensão.
- A senhora está no ônibus que vai para o Rio - o stop envolvia outras linhas naquele horário -? O assento ao seu lado está vazio?
Sim, respondi.
- Poderia trocar de lugar e me acomodar a seu lado? Estou sentada atrás do motorista e um desconhecido insiste em perguntas descabidas e desnecessárias. Estou assustada e constrangida.
Solidária, sugeriu: sente-se à minha frente (será mais confortável para as duas). Caso o assediador venha ao seu encontro, levante-se e junte-se a mim.
Assim foi feito: atenta, a acolhedora percebia o homem na primeira fileira a se contorcer tentando localizar a mocinha assustada.
- Estou aqui, descanse, avisei. Qualquer coisa estarei pronta acolhê-la e buscar recursos para nos defendermos.
A sequência da viagem foi tranquila e sem abordagens inoportunas.
Desembarcou uma cidade antes, a poucos minutos de distância do ponto final, destino daquela jovem “Maria”, então adormecida. Despediu-se com delicadeza.
Dali para a frente, entregaria a Deus os cuidados dos quais se ocupou: que Ele a guardasse dos importunadores e protegesse a todas as “Marias incomodadas e constrangidas” sem distinção.
27 05 2019
Revisada em 10 05 2025 para publicação
na Coletânea Contos, Crônicas e Poesias, Vol. 7
Poemas à Flor da Pele, Porto Alegre, RS
RL T 8 310 343
A sede do novo
leva-me ao encontro
do desconhecido.
O que seria em família
refaço em grupo,
entre faces renovadas.
Meu carnaval distante,
companhias e cidade,
novidades desbravas.
Verdade,
alguma saudade
que se perdeu
entre um bate-papo e outro.
A vida pede releituras
e,
enquanto houver tempo,
ao romper a maturidade,
danço ao som das novidades ofertadas.
©rosangelaSgoldoni
01 03 2025
RL T 8286102
Fogem-me as palavras em versos e
inspiração.
Questiono ao tempo se o momento
será brevidade ou permanência em solidão de
poemas.
Não que me faltem sentimentos
(ainda conservam alguma ebulição).
Quem sabe o acelerar do calendário
aconchegue-se entre as dobras do pensamento
a poupar-me de novos sabores...
Morno,
insípido,
inodoro,
Ah,
certamente rejeitados,
descartados
e inoportunos.
O poema renasce nestas linhas
a romper a barreira do existencial.
©rosangelaSgoldoni
01 02 2025
RL T 8 256 248
Hoje precisei de mim!
Ativei cuidados extras na rotina diária
desconstruída pela manhã.
Surpreendida por um clone numa rede social,
do nada,
eu,
duplicada...
Senti-me desprotegida,
à mercê do imponderável.
Denúncias à parte,
coloquei a ansiedade para descansar
apesar de,
por momentos,
a impotência me fazer companhia.
Sacudida,
sorri
por e
para mim
no poema aflorado.
Veias
e versos
em
saudável e
solícita
sintonia!
©rosangelaSgoldoni
16 01 2025
RL T 8 242 900
Minhas crianças são tantas, são ternas, amadas; reservas dos melhores vinhos e safras, frutificações multiplicadas em gerações d...