Cresci outono,
Envelheço outono!
Algumas primaveras pendem sobre
meus ombros:
como um canto de cigarra que ficou tão longe,
num mês de outubro de uma tarde com
promessas de verão.
Verões atravessei,
de alguns escapei.
Outros, de tão tórridos, me machuquei:
queimaduras na alma imprimi,
nem percebi.
Invernos, sem mistérios:
Frios e etéreos!
Mas você, primavera, persigo,
apesar de me negar seu abrigo,
é a estação que sempre espero!
Numa parada qualquer,
e não penso em retorno:
enfim, não serei mais outono.
rosangelaSgoldoni
16.09.2009
T 2 430 828
in
Poemas à Flor da Pele Vol. 4
Editora Somar de Porto Alegre
2011
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