ALÉM DA JANELA

 

Noite fria, chuva contínua...

Percebeu respingos de paz

pelo corpo em calafrios...

Apostou na distância da tristeza

quase previsível algum tempo atrás.

Entendeu que não precisava se vestir

lágrimas ou lamentos durante aquele momento:

bastava um agasalho no armário

para se fazer aquecida.

Viver seus ciclos interiores

com renovadas leituras

a conduzira até aquele instante

sem maiores danos emocionais.

A chuva,

naturalmente,

uma realidade além das suas janelas.

 

©rosangelaSgoldoni

29 08 2023

RL T 7 874 704

VAIDADE

Quem não veste sua capa,

ensaia máscaras

ou

não se serve do seu torpor?

Quem há de negá-la

na justa medida de vida

a caminhar na esteira da autoestima?

Humana e necessária,

sem desvirtuar-se exacerbada,

move-se nos subterrâneos da razão.

Dissociada da ostentação,

narcisismo ou vanglórias,

deslumbramentos insanos,

alimenta-se de pequenos presentes

que a vida nos traz!

Sem arrogâncias fluentes,

o equilíbrio em mentes conscientes de viver.

©rosangelaSgoldoni

23 08 2023

RL T 7 868 841

"Demasiada modéstia é meia vaidade."

Textos Judaicos

"A vaidade é um elemento tão subtil da alma humana que a encontramos onde menos se espera: ao lado da bondade, da abnegação, da generosidade!"

Ernesto Sabato

ABENÇOADAS SAUDADES

 

De repente,

do nada,

se fazem presentes:

“de certo

 gostariam de saber ou

de ter conhecido,

aprovariam!”

Uma sensação de conforto que nos abraça...

Mas não estão aqui,

apenas suas energias a nos envolver em saudades.

Ah, esses delírios de presença

com certezas de ausências

ensaiam confundir a razão.

São lembranças que sobrevivem

aos tempos da passagem,

delicadezas sentimentais a nos visitar.

Pai e mãe,

minhas ausências e amores

abençoados sejam em nome de Deus!

 

©rosangelaSgoldoni

11 08 2023

RL T 7 859 490

DOS AMORES DE ENTÃO...

Eram noites de devaneio.

Sentava-se sob a luz da lua para trocar confidências:

intimidade conquistada nos versos a festejar sua presença.

Na verdade,

monólogo nutrido por um bom vinho e alguma insanidade.

Nada grave,

coisas de um amor ensimesmado,

que necessitava de abraços,

enquanto as estrelas

deixavam-se ofuscar pelo manto de luz a varrer constelações.

Tempos de pressas e açodamentos,

onde o correr dos ponteiros

desorientavam a razão.

A emoção corria frouxa

no sorriso escancarado

ou na lágrima recolhida.

Hoje,

sua intimidade suspira na fotografia,

viaja entre cliques e compassos de respiração.

Tudo se calmou nos amores de então!

 

©rosangelaSgoldoni

01 08 2023

RL T 7 851 822