Cinco e trinta.
Levanto assustada:
não reconheço onde estou.
Ouço algo arrastado e, baixinho, um radio de pilhas
(coisa de infância).
Apurei os ouvidos: a boiada tocada na estrada e a
máquina de cortar capim.
Acordava de um sonho.
Sonho de um tempo feliz!
A casa não tinha registros na memória.
Um pé de carambola à mostra.
Todos se divertiam.
Meu pai e minha mãe sorriam.
Filhos, irmãos, amigos contavam histórias;
gente que eu amava e que,
de alguma forma, partiu:
uns sem opção,
outros por negação.
Pulei da cama chorando, atrás de caneta e papel.
Enquanto escrevia chorava,
saudade descontrolada
invadiu-me sem permissão.
Vou à cozinha,
abro a porta para a realidade:
meu jardim sorri.
Já posso voltar a dormir.
©rosangelaSgoldoni
24 09 2012
RL T 3 898 829
Publicdo na Antologia Café com Verso Vol. 2, 2013, Editora Futurama SP
Publicdo na Antologia Café com Verso Vol. 2, 2013, Editora Futurama SP
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