domingo, 24 de junho de 2012

MADUREIRA: UM CLIMA DE PURA EMOÇÃO




Revejo os subúrbios da minha infância.
Tempos em que se andava de trem com dignidade.
Ou mais longe: o bonde do Largo de São Francisco, sim aqui no Rio!
Meu destino, à época, Bento Ribeiro.
Hoje, Madureira.
A música também tem espaço:
”Divertir-se em Madureira,
Não existe a Cantareira,
E eu moro em Niterói!”
O ônibus emerge de um mergulhão em direção a viadutos e curvas perigosas:
apresenta-se um novo mundo.
Maracanã em obras, claro, chegando a Copa.
Margeamos a linha do trem.
O trem da Central do Brasil, que não é ficção, mas, realidade histórica.
Observo casas, comércios, pessoas.
Gente simples sorrindo não sei para quem.
Ruas estreitas, sem avenidas ou alamedas.
Chegamos ao Méier.
Alguns apartamentos de porte: gente de sorte!
Mais curvas e um calor abrasador.
Abro a janela. Refresco-me na Dias da Cruz.
No Engenho de Dentro, muitas pedras e vegetação rasteira, alguns tufos reproduzem a mata.
Quintino, terra do Zico.
Enfim, Madureira!
Ainda existem pessoas sentadas nas cadeiras em calçadas, tal Chico cantou.
Em cada esquina, batucada;
gente sambando e cervejada,
um clima de boa intenção:
paira no ar a inocência
dos que cultivam a emoção.

©rosangelaSgoldoni
24 06 2012
RL T 3 742 966
Em homenagem a Sinhá Rosinha, de Madureira.
Com os meus agradecimentos.
Publicado na Antologia Poemas à Flor da Pele 2013


2 comentários:

  1. Carmen lins de Carvalho27 de junho de 2012 às 20:07

    A zona Norte do Rio! Baixou uma saudade em mim, que conheci todos esses lugares. Amei

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  2. Pois veja que era uma festa junina em casa de Poeta, com presenças do Rio, Niterói, Porto Alegre, Natal e Brasília.
    E rever o subúrbio foi uma experiência e tanto!

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