Nem sempre o poema é feito de asas,
suavidades e delicadezas.
Às vezes o verso encontra-se na trempe de um fogão
ou nas gotas de suor que
circundam a tábua de passar roupas.
Perdidos entre prateleiras do supermercado
ou sonhos da padaria,
tornam-se presas fáceis ao
olhar desprevenido do poeta.
O trabalhador da palavra
ocupa-se em capturá-los
e envolvê-los nalguma estética.
Resiste na boca
a vontade de adoçá-los mas
a vida se encarrega da realidade dos fatos.
Sentimentos desmascarados não usam cosméticos.
©rosangelaSgoldoni
24 03 2021
RL T 7 233 832
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