terça-feira, 14 de junho de 2011

UM NAMORADO IDEALIZADO



Ontem, no blog de uma amiga, reli a crônica de Artur da Távola chamada “Ter ou Não Ter Namorado”.
Doce releitura.
Fui adiante.
Pus-me a pesquisar outra crônica que, num recorte de jornal, acompanhou-me durante anos num cantinho da carteira: “A mulher que perdeu seu amor.”.
Eu a reli com a calma da maturidade, mas a emoção é a mesma: pura realidade.
A realidade feminina vista, revista e analisada pela ótica de um homem.
Poucos têm esta habilidade e, Artur da Távola supera-se neste contexto. Conforta-nos a alma com palavras delicadas e imagens que trazem uma verdade conceitual.
Fui seguidora fiel do seu site.
Minha última postagem: Meu ídolo partiu!
Mas, a emoção maior produziu-se quando, numa tarde, passando pela Av. Erasmo Braga, no Centro do Rio de Janeiro, eu o vejo saindo de um prédio público, acompanhado de alguém que pareceu-me ser um amigo. Já estava gravemente doente e eu não o sabia.
Elegância sem medida. Postura altiva.
Pela posição de saída do prédio, ficamos lado a lado e eu, congelada.
Parei, os dois seguiram. Ele olhou para trás.
Contive a vontade de abraçá-lo e dizer: obrigada!
Obrigada por traduzir meus sentimentos em palavras;
tristezas e mágoas em suaves pinceladas.
chamar-me à realidade sem crueldade.
Comecei falando de “Ter ou não ter namorado”.
Que mulher desiludida ou apaixonada, diante de crônicas
reveladoras dos seus sentimentos, não o consideraria “o
namorado idealizado.”?
À família estendo o meu respeito.

©rosangelaSgoldoni
15 06 2011
RL T 3 035 538
Publicada na Antologia Mulheres Fascinantes, 2012 SP

2 comentários:

  1. Nossa Rô, Artur da Távola tb era meu ídolo. Quando soube de sua morte pela mídia, pensei: ninguém falou e escrfeveu o amor como ele, ninguém tinha mais paixão para falar de sinfonias como ele. Senti o mesmo que vc. Fiquei "viúva" de um homem que era fácil, fácil de ser amado!

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  2. Pois é Vania Viana!
    Arrependo-me do abraço que sufoquei.

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