UMA PEQUENA HOMENAGEM A FERNANDO PESSOA
13 de junho,
nasceu Pessoa.
Multifacetado,
vezes quatro
(ou mais, quando necessário),
poeta plural:
seus heterônimos,
mais que pseudônimos,
biografados e estilo próprio,
poesia distal.
Gênio da Poesia
“o ser poeta por vocação”
na sua definição.
©rosangelaSgoldoni
14 11 2011
RL T 3 033 413
Revisado com algumas inserções em 11 06 2022
Além dele, Alberto Caieiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Bernardo Soares convivem em destaque no Modernismo Português.
"Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros).
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me aponta traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore [?] e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
- Fernando Pessoa, "Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação. Fernando Pessoa". Lisboa: Ática, 1966. p. 93."
in http://arquivopessoa.net/textos/4194
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