sábado, 19 de março de 2022

À PROCURA DE UM POEMA

 

Não há sílabas para juntar.

As palavras escondem-se talvez por necessidade

de nada dizer.

O verbo calado inibe o poema em transe de criação.

Ilusões fonéticas deliram desconexas

num sonho de ritmos a tramar poesias.

Num transverso de lucidez

recobro a intimidade métrica

em vias de recomposição.

O poema desintegrado regenera-se

à luz da sensibilidade

e sobrevive aos tempos de escuridão.

O poeta ressuscita em meio a um turbilhão de emoções.

 

©rosangelaSgoldoni

19 03 2022

RL T 7 476 355


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