quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

NUVENS A SUSPIRAR

 

Alto verão sem chuvas manifestas.

Sol a deixar marcas no ressequido chão.

A cigarra,

entre cantar e festejar,

descansa à sombra da folhagem desbotada.

O anoitecer não surpreende em brisas.

A agonia do vento represado

revolve o caniçal

num balé desengonçado:

uma dança conectada à realidade estival!

Ao longe, ouve-se o suspirar duma nuvem.

Estremece em agonia de pingos,

precipita seu pranto sobre as fissuras do barro trincado.

Artérias sulcadas, cavadas em lágrimas,

um rio a fluir na imensidão da estação.

Hidratação a percorrer os mananciais de vida em exaustão.

Redimidos!

 

©rosangelaSgoldoni

03 02 2020

RL T 7 176 309


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