Este poema foi publicado na Antologia Sem Fronteiras volume 3, 2018,
contemplada com menção honrosa.
Será lido numa tertúlia da Associação Portuguesa de Poetas no mês de março, em Lisboa.
Acordos, compromissos à revelia, enlaces de vidas: alianças agendadas traçavam destinos de príncipes e princesas, reis e rainhas. O amor confinado às alcovas sombrias! Traições em família, desafetos reais ou conjugais sem culpas residuais. Sensível fatalidade no correr dos trezentos, um amor imprevisto. Pedro príncipe, Inês e Constança, princesa e aia em comitiva. Famílias. Na boca do povo, filhos de lá, filhos de cá, Inês no convento. Alimentava-se das cartas de Pedro transportadas em barquinhos de lágrimas. Santa Clara testemunhava este amor. Morre Constança, desgosto, diziam. Pedro viúvo, amor consentido. Sorriam. Ah, o tempo! Encarregou-se do crescimento dos filhos. Os de lá e de cá (estes, bastardos). Sucessão em causa, faca, Inês é morta! Morte em vida que vivia em Pedro. Exagero? Cadáver rainha aos súditos proclamada. Túmulos que se atraem em transes de eternidade. Alcobaça por testemunha. Pedro e Inês, amor que ultrapassou as desilusões!
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