Abro gavetas como quem expõe a alma na janela.
Roupas, papéis, recordações...
Cada peça uma história
formatada na memória
de um disco em rotação:
tempos de vitrola,
alguma tristeza e insatisfação.
Há rosas ressecadas,
desidratadas pela ilusão.
Pedras colecionadas
como se à espera d’uma construção.
Mas o presente estruturado
não se sente envergonhado,
solidifica-se na emoção.
Sem resgates,
pratico o descarte:
tempos
modernos de inspiração.
Sachês perfumados,
aromas borrifados:
coleciono respingos
da claridade do sol.
©rosangelaSgoldoni
17 04 2013
17 04 2013
RL T 4 246 518
Poema publicado na Antologia Poemas à Flor da Pele, volume 7, 2013, Editora Somar
Poema publicado na Antologia Poemas à Flor da Pele, volume 7, 2013, Editora Somar
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será bem-vindo!