Assistindo às imagens das moradias invadidas pelas águas, pessoas em desespero, doentes sendo removidos em botes pelos bombeiros, volto à casa da minha infância cujo muro dos fundos fazia divisa com um valão.
Chuva forte era sinônimo de atenção interior (ainda não existiam serviços de prevenção): corre-corre para suspender alguns móveis e o pouco que possuíamos em roupas (não tínhamos geladeira nem televisão).
Quase sempre à noite, água escorrida, lama assentada com sanguessugas e, vez por outra, alguma cobra.
Minha mãe, mulher de pouco estudo mas forjada na lida, rodo e vassoura à mão, creolina era a única saída. Caro leitor, literalmente a casa FEDIA, desinfetada e limpa.
Houve tempos em que a família sentada na janela do quarto esperava a hora de abandonar a casa. Nunca foi preciso.
Senhor Jesus, vivenciei e me orgulho da superação desses tempos passados, entendo os NÃO passos dos imobilizados pelas águas de hoje.
Deixo a certeza de que nada é para sempre. Basta cultivar fé e vontade de buscar oportunidades.
A natureza também me ensinou que Gratidão faz parte do portfólio de vida.
©rosangelaSgoldoni
11 02 2020
RL T 6 863 771
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