segunda-feira, 30 de abril de 2012

PLANETA HABITAÇÃO






Bela
Terra
Solar
Navegação.

Quero meu chão sem poluentes,
rios caudalosos e seus afluentes
limpos e a salvo da destruição.
Quero mares navegáveis,
cardumes perenes e saudáveis,
resguardados de descasos e omissões.
Fauna e flora conservadas,
extinção uma palavra descartada
no dicionário da preservação.
Oxigêncio sem toxidade,
presente em todas as cidades
do meu Planeta Habitação.
Parto!
Na mala carrego sonhos,
projetos que julgam bisonhos,
mas prossigo com determinação.
De mãos dadas com a vida,
Busco, de irmãos, acolhida:
ainda é tempo de renovação!

©rosangelaSgoldoni
01 05 2012
RL T 3 642 810

domingo, 29 de abril de 2012

ALEGRIAS QUE ME SUSTENTAM




Alegrias que me sustentam,
que me mantém de pé,
são efêmeros momentos:
viver o dia a dia
adotei como profissão de fé.

Apesar dos dissabores,
das perguntas sem respostas
mantenho-me firme e forte!
Acredito no futuro,
mas é tempo sem suporte!

Só o passado é verdade;
o presente, realidade:
raízes fincadas no chão.
Ao futuro, atenta, sou asas,
voo além da imaginação.

©rosangelaSgoldoni
25 04 2012
RL 3 640 901


sábado, 28 de abril de 2012

CORAÇÃO NUBLADO


A chuva passou.
O tempo é nublado.
A lua escondida
- tadinha –
tão cheia de garbo!



A vida chorou.
Meu coração nublado.
E eu encolhida
- sozinha –
busco seu abraço.

©rosangelaSgoldoni
20 03 2011
RL T 2 859 045

sexta-feira, 27 de abril de 2012

ACORDEI FELIZ



 Acordei feliz!
Dormi bem.
Sonhos desnecessários.
Acredito que nossos conflitos mais urgentes
foram resolvidos.
Os de amor, ficam para depois,
se depois houver.
Tranquiliza-me a evaporação
dos rancores, dissabores
e olhares de agressão.
Sou mulher do presente,
 um tanto recorrente,
sem dar tratos à razão.
A emoção transcende,
neste momento reticente
em que deitamos os canhões.

©rosangelaSgoldoni
27 04 2012
RL T 3 636 541


quinta-feira, 26 de abril de 2012

SALVE-SE QUEM PUDER!






Você remexeu tudo,
sem dó nem piedade.
Quanta maldade!
Eu, segurando o tempo
entre suspiros de saudades.

Trazendo à tona detalhes
do nosso convívio saudável,
(que adorável!)
parecíamos remanescentes,
companheiros do insondável.

Não sei se precisamos de tempo
ou se a vida assim o quer.
Basta de malmequer!
Quem sabe serás meu homem
e eu a tua mulher?

Nessa história sem sentido,
salve-se quem puder!



©rosangelaSgoldoni
26 01 2012
RL T 3 635 009

segunda-feira, 23 de abril de 2012

POESIAS EM DESFILE




Tenho frequentado desfiles
de poetas e poesias,
onde posso apreciar
sonetos e suas fartas rimas.

O haicai, constante presença,
tem minúscula vitrine;
o cordel em tom pastel
com a literatura se afina;
populares trovadores
ao ruflar dos seus tambores,
anunciam o menestrel,
que do alto da passarela
verseja sob um dossel.

Redondilhas e sextilhas,
expostas  em suas líricas,
rodopiam com alexandrinos.
A platéia em delírio
projeta-se, agora vestindo
a roupagem da emoção:
poesia remete ao divino,
onírica revelação.


©rosangelaSgoldoni
13 12 2011
RL T 3 629 957



UM SORRISO CONFORTADOR



Há momentos em que o medo,
sem ser convidado,
 me faz companhia.
Medo que não decifro,
mas desconfortável
a ponto de não ser desconsiderado.
Um sufoco no peito,
a garganta travada,
um não sei o quê
a me desafiar.
Não busco respostas,
somente poesia a me nortear.
E parte como chegou:
do nada se evapora:
o fantasma não mais apavora,
estampo um sorriso confortador.

©rosangelaSgoldoni
21 04 2012
RL T 3 628 153

quinta-feira, 19 de abril de 2012

QUANDO A RAZÃO FALA MAIS ALTO





Triste é fingir-me ausente
quando  você presente,
tenta chamar a minha atenção.

Triste é lembrar que outrora,
independente da hora,
estávamos juntos por opção.

Triste é revê-lo, amor,
meu coração a seu dispor,
e recolhê-lo por precaução.

Triste é o medo que aflora,
quando penso em nossa história
e fala mais alto a razão.

Triste é ter os pés no chão,
quando queria ter asas
e, juntos, arribação.

©rosangelaSgoldoni
20 04 2012
RL T 3 622 814


quarta-feira, 18 de abril de 2012

O DIFÍCIL CAMINHO DA PAZ





Do campo não me basta o verde,
nem o canto dos passarinhos.
Não me basta o vento fresco
bordando os campos de trigo.
Olhar os lírios do campo,
parece-me sem sentido.

Há tanto pra se fazer,
há muito o que ser vivido:
além do verde e do trigo,
além de tudo, além do mais,
é preciso buscar como certo,
o difícil caminho da paz.

©rosangelaSgoldoni
Um dia qualquer no final da década de 90
RL T 3 620 025
Publicada na Antologia Café com Verso 2012 SP
Editora Delicatta


terça-feira, 17 de abril de 2012

EM COMPASSO DE ESPERA



Anoitece!
Sinto falta de laços.
Não dos festivos,
mas de alguém
que me estenda
seus braços.
Você,
expectativa;
eu,
espera em compasso.

©rosangelaSgoldoni
17 04 2012
RL T 3 619 011


segunda-feira, 16 de abril de 2012

PRIMAVERA AO VENTO




Brisa leve que refresca
as últimas gotas do orvalho invernal.
Ciclo vital do renascimento
que prepara o amor em nova dimensão.
Estação da graça,
flores em arruaça,
fauna em movimento.
A vida se agita.
Meu coração,
prima  pelo atrevimento,
partindo em busca de nova paixão.

©rosangelaSgoldoni
17 04 2012
RLT 3 617 146


sábado, 14 de abril de 2012

ARES DE PORTA-BANDEIRA






Componho-me porta-bandeira,
mas não sou sambista:
trata-se de alegoria.
A mala na sala
desfeita ou fechada,
é a bandeira que faço girar.
Giro a saia,
giro  a vida,
giram os sonhos:
movimentos necessários
neste meu  mundo enfadonho.

Procuro-me em todos os cantos,
na certeza de que vou me encontrar.
Cantos de bossa-nova,
cantos de todos os santos,
cantos de Mercedes Sosa
ou um bom rap cubano.

O estandarte, múltiplas cores
estão a me maquiar:
o rubro de Manabu
o azul de Picasso à la carte
misturados a Girassóis,
também giro à procura da arte.

Giro a vida,
giro os sonhos,
sei que um dia hei de parar:
Curvar-me-ei à grande platéia
que nada de mim conheceu
mas aplaudiu o meu desfilar.

©rosangelaSgoldoni
09 04 2012
RLT 3 613 288


MEU ACONCHEGO



Aqui, meu recanto,
sou dona de mim:
sou livre, descanso,
liberta, enfim.


É como um brinquedo
que não pude ter
onde guardo segredos:
não os queira saber!


No céu não consigo
estrelas contar;
sentada escuto
um grilo a cantar,
bela sinfonia
que me faz chorar.


Janelas abertas

com rendas e laços;
o sino dos ventos
entende o compasso
e eu, sorrateira,
fronteiras transpasso.


O meu aconchego

espera por mim,
são idas e vindas
que nunca tem fim;
quem sabe um dia
eu crie raízes
tal qual angelim.


©rosangelaSgoldoni

06 02 2010
RL T 2 498 701

VENTOS, ABRIGOS E DESERTOS

Esparrama-se o olhar em sonhos neste imenso horizonte quase deserto... Ventos a envolver-me em suspiros e lembranças. Face encober...